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                                            Veja esta e outras matérias na edição N º 24 da Revista FCA Abre Aspas

 

É de conhecimento amplo que a pós-graduação é o motor da pesquisa científica no Brasil, engrenagem vital do desenvolvimento do país não só no contexto da pandemia. Entretanto, justamente quando o país está enfrentando uma crise de saúde pública de proporções mundiais e sofrendo sérias consequências políticas, sociais e econômicas, o governo federal anuncia possibilidades de cortes adicionais no orçamento do Ministério da Educação para 2021.

Na Faculdade, são atualmente 267 mestrandos, doutorandos e pós-doutorandos em atividade, sendo que somente 38 deles foram contemplados com bolsas. Leonardo Tomazeli Duarte, Professor das Engenharias e atual Coordenador da Pós-Graduação, afirma que o possível corte em 2021 prejudicará muito as universidades federais, mas poderá afetar também as estaduais, se houver cortes nas verbas da CAPES (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), que proporciona bolsas de pesquisa para muitos alunos da FCA.

“Além disso, estamos enfrentando uma crise econômica no país, agravada pela pandemia, que causa a redução do ICMS, imposto que custeia as universidades estaduais de São Paulo e a FAPESP. Temos ainda o Projeto de Lei 627/2020 que prevê a redução orçamentária de verbas para a Fundação. 2021 será um ano complicado, com perspectivas ruins em termos de financiamento da universidade e da pesquisa científica brasileira – ou seja, com implicações diretas na pós-graduação. É uma incoerência, pois num momento em que a ciência se mostra fundamental para lidar com desafios complexos da sociedade, como aqueles impostos pela pandemia, há cortes substanciais de recursos”.

Há aproximadamente um ano, a Unicamp aprovou moção contra cortes no financiamento de pesquisas e enviou o documento à presidência da República, a todos os Ministérios, ao Congresso Nacional e ao Governo de São Paulo – veja o documento completo neste link. Já naquela oportunidade, o atual reitor da Universidade, Prof. Marcelo Knobel, afirmou que “nenhum país em crise financeira corta recursos em educação e ciência, ao contrário, são essas áreas que permitem a recuperação e o desenvolvimento econômico”. Infelizmente, a situação atual é ainda pior e no momento não há horizontes que indiquem alguma melhora. Sendo assim, nunca é demais relembrar: pesquisa também é trabalho e ciência não é gasto, é investimento.