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A Olimpíada que ocorre neste ano em Paris será a primeira da história com equidade de gênero, ou seja, o número de atletas mulheres será igual ao de atletas homens. Nunca antes, o total de brasileiras enviadas para as olimpíadas havia sido igual ou maior que o de brasileiros – e as razões desta desigualdade têm explicações sociais e históricas interessantes e que foram abordadas em entrevista recente com a Profa. Larissa Galatti, do curso de Ciências do Esporte, e a doutoranda Tatiana Freire, da Faculdade de Educação Física (FEF) da Unicamp, que trabalha no Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Elas conversaram com a jornalista Hebe Rios, da TV Unicamp, sobre o convênio de cooperação técnica que a Universidade mantém com o COB por meio do curso de Ciências do Esporte. Atualmente está sendo realizado um programa de formação de Coach Developers (em tradução livre, “desenvolvedores de treinadores”) com o objetivo de fomentar o desenvolvimento treinadoras esportivas e colaborar para o aumento da equidade de genêro nos esportes brasileiros, especialmente em postos de liderança.

“Este convênio é importante pois, para lidarmos com problemas complexos da sociedade, as instituições precisam se unir e se organizar. O desenvolvimento de treinadores e treinadoras e a promoção da equidade de gênero nos cargos de liderança são alguns dos desafios e, com esta parceria, nós produziremos dados e evidências científicas que serão utilizadas para embasar diversas ações do COB”, explica Galatti. Ela também conta que seu grupo de pesquisa pretende fomentar trabalhos semelhantes em confederações e federações e outras organizações esportivas que queiram promover mais mulheres em cargos de lideranças, especificamente treinadoras esportivas no Brasil.  

Dentre as principais conquistas da parceria COB-Unicamp, Tatiana Freire destaca a continuidade dos programas de treinamento para treinadoras. Ela conta que o projeto piloto funcionou muito bem e agora está sendo implementada uma segunda ação: um projeto de mentoria para treinadoras que já estão atuando em seleções brasileiras de dez diferentes modalidades esportivas. O Comitê Olímpico do Brasil está financiando os deslocamentos de atletas e pesquisadores durante o desenvolvimento do trabalho e a Unicamp está oferencendo o suporte científico para os projetos, sendo que os resultados estão sendo incorporados rapidamente na prática dos profissionais. Galatti e Freire esperam que, em médio e longo prazo, os projetos possam contribuir com maior equidade de gênero e melhorias consequentes para o esporte, na medida em que aprimoram a formação de treinadoras, tornando-as mais conscientes do papel de ser mulher no contexto esportivo.

“Ter mais treinadoras é fundamental para diversificamos a liderança. Atualmente, na sociedade, temos um perfil de liderança em geral mais homogêneo e no esporte também é assim: em geral são homens brancos que exercem os cargos mais importantes e que tomam as decisões. Para termos decisões que atendem a todos, no contexto mais específico do esporte, precisamos ter pessoas mais diversas nos cargos de liderança – indivíduos com diferentes origens, histórias, características, cor de pele, orientação sexual, gênero e etc. Um maior número de mulheres treinadoras representa diversidade na tomada de decisão, diversidade na oferta esportiva, outras formas de liderar, e também um exemplo, tanto para meninas quanto meninos, de que mulheres podem e devem estar nessas posições de liderança dentro do esporte. O esporte pode contribuir para mudanças significativas e vitais na sociedade”, afirmam as pesquisadoras.

 

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