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                                                                    Indústria 4.0 é fortemente baseada em tecnologia proveniente da indústria eletrônica (imagem: site produza.ind.br)
 
 
Atualmente, vivemos a quarta revolução industrial, também conhecida como “Indústria 4.0”, que é fortemente baseada em tecnologia, principalmente proveniente da indústria eletrônica. Essa indústria possui por natureza ciclos de desenvolvimento de produtos mais curtos e um portfólio maior do que a maioria dos outros setores, assim, o desenvolvimento de novas tecnologias e a sua introdução no mercado é crítica para sua competitividade. Infelizmente, no Brasil, a indústria de modo geral contribui com apenas cerca de 22% do Produto Interno Bruto e a indústria eletrônica especificamente com cerca de 1%. Contudo, trata-se de um setor que gera e difunde inovações para outros setores da economia, portanto é estratégico para qualquer país. Assim, sem políticas públicas de fomento que tornem a indústria eletrônica brasileira mais competitiva, não há cenário possível de desenvolvimento para o Brasil.
 
Quem alerta é o pesquisador da Unicamp Antônio Carlos Pacagnella Jr. Professor Associado da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA) da UNICAMP. Em artigo publicado recentemente na revista científica Creativity and Innovation Management em parceria com pesquisadores da própria FCA e com cientistas da Universidade de Sherbrooke (Canadá). Nesta pesquisa, os autores buscaram compreender a influência dos chamados Fatores Críticos de Sucesso para a inovatividade (capacidade das organizações em criar inovações) da indústria eletrônica. Conforme explica Pacagnella, os FCS são elementos “poucos e vitais” para a obtenção de sucesso em qualquer organização ou projeto. Eles envolvem elementos físicos, humanos, ambientais e gerenciais.
 
O grupo realizou um survey (ou levantamento) com 261 gestores de tecnologia deste setor em três países: Brasil, Canadá e Estados Unidos. A partir das respostas e com o uso da técnica de Modelagem de Equações Estruturais (ou Structural Equations Modelling – SEM) foi possível identificar o nível de influência dos FCS sobre a inovatividade das organizações da indústria eletrônica, sendo em ordem decrescente a “Cultura e estratégia inovativa”, a “Estrutura de desenvolvimento, a “Gestão do conhecimento” e por fim o “Ambiente inovativo” (todos estatisticamente significativos a 1%)
Adicionalmente, foram comparados os resultados entre os três países por meio da chamada Análise Multigrupo, sendo identificadas semelhanças e diferenças, devido a características culturais e de desenvolvimento econômico e tecnológico diversas. 
 
“Analisar as relações destes elementos com o desempenho de organizações pode auxiliar tanto a academia - no sentido de compreender mais sobre este tema - quanto gestores, dando suporte às decisões empresariais, que baseadas nestes resultados, podem melhorar a inovatividade das organizações desta indústria e em consequência sua competitividade.”, coloca o pesquisador. 
 
Atualmente o Brasil ocupa a 66ª posição no Índice Global de Inovação, mesmo sendo a 9ª economia global. Pacagnella esclarece que esta posição mostra que o Brasil é um país de baixa intensidade tecnológica, o que impacta diretamente de forma negativa seu nível de competitividade global.