Ômega 3 pode retardar cicatrização de feridas na pele

Profa. Hosana Gomes Rodrigues, coordenadora do LabNutre, e alunas do curso de Nutrição em dia de defesa de mestrado

O Laboratório de Nutrientes e Reparo Tecidual (LabNutre), coordenado pela Profa. Hosana Gomes Rodrigues, investiga em modelos animais (ratos e camundongos) os efeitos dos ácidos graxos ômega-3 e ômega-6 no processo de cicatrização de feridas cutâneas e na formação de novos vasos sanguíneos. O principal foco do grupo é entender os mecanismos dos sistemas nervoso e imune ativados durante o reparo tecidual. Eles desenvolvem experimentos in vivo e in vitro e contam com parceiros nacionais (USP, Unesp e Unicamp) e internacionais (University of Sotuhampton/UK e University of Surrey/UK).

Em artigo publicado na revista científica Scientific Reports, os pesquisadores demonstraram que o ácido-graxo ômega-3 (ácido eicosapentaenóico), conhecido comumente por sua potente ação anti-inflamatória, pode retardar a cicatrização de feridas na pele. “As feridas crônicas são um problema de saúde global, principalmente para obesos, diabéticos e idosos. A resposta inflamatória é uma etapa vital para o reparo eficaz do tecido e um desequilíbrio entre os mediadores pró e antiinflamatórios mantém a ferida em um estado prolongado de inflamação, limitando seu fechamento e, portanto, atrasando a conclusão do processo de cicatrização”, explica Hosana. Considerando tais descobertas, a pesquisadora chama atenção para o cuidado necessário na administração de ômega-3 para indivíduos com dificuldade de cicatrização de feridas na pele. “Talvez não seja uma boa ideia indicar o consumo de doses extras de ômega-3 para estas pessoas”. A pesquisadora informa que está nos planos do laboratório para o próximo ano realizar este estudo com seres humanos.

Dezoito laboratórios compõem a área de pesquisa em Saúde na Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp. São inúmeros pesquisadores – docentes, alunos de pós-graduação e graduação – que investigam o papel do exercício físico e da nutrição nas doenças crônicas; compostos bioativos, alimentos funcionais, saúde e prevenção de doenças; e a relação entre hábitos saudáveis, qualidade de vida e longevidade.