Comunidade interna: solidariedade e trabalho remoto durante isolamento

 Na imagem: professores, funcionários e alunos realizando teletrabalho e trabalho presencial durante período de isolamento

Texto | Cristiane Kämpf - Área de Comunicação FCA Unicamp

A Unicamp não parou. A Faculdade de Ciências Aplicadas também não. Claro: professores, alunos e funcionários estão cumprindo as orientações dos especialistas em saúde e realizando o isolamento social em suas casas, protegendo-se e colaborando para a proteção de todos e para o achatamento da curva de contágio da pandemia de coronavírus.

Entretanto, a comunidade continua se encontrando virtualmente para aulas de várias disciplinas, orientações de mestrado e doutorado, reuniões acadêmicas, reuniões administrativas ou resoluções de questões extraordinárias. Alguns funcionários, como aqueles que cuidam do biotério, dos serviços de manutenção e dos serviços de recebimento de insumos de pesquisa, cumprem escalas de trabalho diferenciadas, já que suas atividades exigem certa frequência de comparecimento presencial para que recursos públicos sejam preservados. Certos laboratórios de pesquisa também não podem parar totalmente, pelo mesmo motivo, e alguns pesquisadores seguem planos de contingência elaborados com suas equipes.

Nas reuniões virtuais, que muitas vezes chegam a contar com dezenas de participantes, há preocupações de diversas ordens, esperadas em tempos difíceis, mas há também espaço para solidariedade e ajuda mútua. Um exemplo é a iniciativa do aluno Rui Santos, representante discente na Comissão de Graduação da Faculdade. Ele gravou vários vídeos especialmente para auxiliar os professores a enfrentarem o desafio de ter que se familiarizar rapidamente com as mais atuais ferramentas digitais, as quais, para muitos, “são absolutamente novas” - como afirma a Profa. Sandra Gemma, atual Coordenadora de Graduação.

“A atitude do Rui exemplifica o interesse do estudante não somente em aprender e sorver mas, neste caso, em ter o prazer de poder contribuir no processo de aprendizagem dos próprios docentes. Eu parabenizo a iniciativa dele, inicialmente porque foi voluntária e depois pela rapidez com que ele trabalhou e pela qualificação do material. O Rui faz parte da Comissão de Graduação e isto também é algo que eu destaco como importante. Pois, infelizmente, tem diminuído muito a representação discente nas comissões...”, afirma a Professora.

Ela faz questão de deixar uma mensagem pública de agradecimento ao aluno: “em tempos tão difíceis como estes, mantenho comigo as palavras de Saramago em ‘A Caverna’. ‘É como se estivéssemos a caminhar na escuridão, o passo seguinte tanto poderá ser para avançar como para cair..’. Me parece que a atitude do Rui nos faz avançar! Encerro meu agradecimento ainda vivificando a mesma obra de Saramago que nos diz: "...o que tínhamos andado a jogar em anos passou a jogar-se em semanas ou em dias, de repente o futuro tornou-se curto". Penso que, sendo tão desafiador e veloz, o futuro nos convoca a unir esforços para transpor da melhor maneira possível a escuridão. Rui, muito obrigada e receba meu abraço virtual!

O Professor Márcio Barreto, idealizador do Cine Vagalume, também agradece pela “preciosa ajuda”. “Fez toda diferença pra mim”.