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Luciana Cordeiro Fernandes é especialista em Direito Ambiental e lidera o grupo de pesquisa Aquageo Ambiente Legal, na Faculdade de Ciências Aplicadas da Unicamp. Ela desenvolve pesquisas no seguintes temas: recursos hídricos, águas subterrâneas, ordenação do solo, geoparque, sustentabilidade, Direito e educação ambiental. A docente é também autora do livro infantil ‘Clara e as Águas Invisíveis’.

 

texto e foto | Profa. Dra. Luciana Cordeiro de Souza Fernandes

 

É interessante parar para pensar que a Amazônia é hoje principal manchete em todos os meios de comunicação do mundo, e que os brasileiros agora passaram a ver este território como algo importante, mas o que realmente estamos fazendo para proteger seus recursos naturais?

Ainda vivemos a fantasia de uma floresta inabitada cheia de feras e índios, ora, isto é fantasia da indústria cinematográfica, o brasileiro sequer conhece seu país e a importância de cada bioma.

Os incêndios que agora geram comoção e repercussão internacional são recorrentes em todo país, e ocorrem anualmente em razão das condições climáticas, em maior ou menor intensidade; e, notadamente neste ano, seria um fenômeno natural se fossem suas proporções, que indicam ação humana e criminosa, a destruir de forma avassaladora nossa floresta.

Sim, nossa floresta, pois os bens ambientais presentes no território brasileiro são do povo brasileiro, tido pelo Direito como bem difuso, que pertence a todos e a ninguém em particular (art. 225, CF/88), cabendo a cada brasileiro proteger estes bens, e neste caso, a função ambiental desta floresta em pé deve ser o que mais importa.

Dentre suas funções ambientais, podemos destacar que seu papel como caixa d’água, principalmente para as regiões centro oeste, sudeste e sul do país, sem esta floresta em pé não teremos mais água. A evapotranspiração da floresta gera massas densas de água em estado gasoso, formando nuvens que pela ação dos ventos deslocam-se como verdadeiros rios voadores, trazendo chuva para estas regiões do Brasil.

Na dinâmica do planeta, água e floresta possuem uma simbiose, não se sabe se há floresta porque há água, ou se há água porque há floresta. O certo é que sem floresta não há água, e isto vale para todo o mundo. E, se em São Paulo, recentemente, sofremos com o colapso da água, decerto teremos escassez sem estas árvores que foram queimadas e cortadas.

O que iremos fazer?

 

Confira outros textos e matérias sobre a Faculdade na 21ª edição da Revista FCA Abre Aspas.