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Ontem, 21 de março, comemorou-se o Dia Internacional da Síndrome de Down, que neste ano traz o tema “Ninguém Fica para Trás”. O motivo do tema é explicado no site do Movimento Down, segundo o qual “todas as pessoas com síndrome de Down devem ter oportunidades para viver vidas plenas e serem incluídas em igualdade de condições com os demais, em todas as esferas da sociedade. (...) A realidade hoje é que atitudes negativas, baixas expectativas, discriminação e exclusão ainda fazem com que muitas pessoas com síndrome de Down sejam deixadas para trás. O Estado e a sociedade desconhecem os desafios que os indivíduos enfrentam ao longo de suas vidas e não oferecem as oportunidades e ferramentas necessárias para apoiá-los para que desenvolvam todo seu potencial e vivam suas vidas com plenitude. ”

Conhecendo este desafio e com o objetivo de fomentar e valorizar o compromisso social do conhecimento científico produzido na Universidade, a Professora Eliana Toledo Ishibashi, docente curso de Ciências do Esporte e responsável pela disciplina ‘CP205 – Temas Contemporâneos das Ginásticas’, criou em suas aulas uma atividade voltada ao desenvolvimento da ginástica rítmica para deficientes, entre eles as pessoas com síndrome de down.

A disciplina é obrigatória, oferecida todos os anos e cursada pelos alunos de Ciências do Esporte durante o 2º semestre do curso. “Abordamos diversas práticas e debates contemporâneos na disciplina, dentre eles a inclusão social por meio da ginástica. Estudamos a ginástica de competição e a ginástica para todos (de demonstração) desenvolvidas em programas nacionais e internacionais para a inclusão da pessoa com deficiência. Ao tomarem contato com este público, os alunos podem desenvolver sua formação cidadã e elaborar ferramentas e ações em prol deste grupo, que geralmente é discriminado e não contemplado pelas políticas públicas ou iniciativas privadas de associações de promoção do esporte”, explica Eliana.

No final do ano passado, as atividades envolveram o Programa de Esportes Adaptados (Proesa), da Secretaria Municipal de Esportes de Limeira, através da Professora da Prefeitura Denise Guimarães e das atletas Erika Raiza Coimbra e Ana Nely Meyer, que ensinaram séries de exercícios para os graduandos da Unicamp. A professora Eliana esclarece que a iniciativa foi baseada nas prerrogativas da pedagogia da autonomia de Paulo Freire, grande pedagogo brasileiro. “Trouxemos os sujeitos com deficiência para o papel de protagonistas. Mostramos que eles também são sujeitos de ação, ou seja, não estão somente à mercê das nossas intervenções, mas são pessoas capazes e disponíveis para nos ensinar várias coisas – e os graduandos de Ciências do Esporte puderam então entender e verificar isso na prática. Muitos deles afirmaram ter sido uma experiência marcante em suas formações. ”

A docente também chama atenção para o fato da área de estudos sobre inclusão de deficientes pelo esporte estar se desenvolvendo amplamente, dentro e fora do Brasil, inclusive na Universidade. Em 2017, ela foi convidada para participar de conferência sobre o tema na Inglaterra, com todas as despesas pagas. No mesmo ano, a professora, que coordena o Laboratório de Experiências em Ginástica, recebeu menção honrosa pelo trabalho “A promoção da ginástica rítmica adaptada na Universidade: uma experiência interdisciplinar”. A pesquisa foi apresentada no V Simpósio Internacional de Ginástica Artística e Rítmica de Competição e desenvolvida em parceria com a Prof. Andrea Maculano Esteves, coordenadora do Laboratório do Sono e Exercício Físico.