A experiência de ser migrante : entre identidades e transitoriedades
Priscila Marchiori Dal Gallo
Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências
Orientador: Eduardo Marandola Junior
Que é a experiência de ser migrante? Há necessidade de abordar o fenômeno migratório para além de um grande fluxo, ou um macro processo. A compreensão deste fenômeno antes envolve adentrá-lo em busca das implicações que o migrar tem nas esferas imediatas da vida. Mais essencialmente quais as implicações do deslocar-se no ser, isto é, quais as implicações de deixar seu lugar de origem e migrar para o lugar de destino, que se configura como um lugar alheio, estranho. Pensamos, neste sentido, que migrar trata-se de uma questão ontológica, isto é, que atinge o sujeito desde o seu ser. O movimento suscitado pelo deslocamento é o de colocar o ser num estado transitório, ou melhor, numa transitoriedade ontológica. As repercussões deste movimento se refletem em como os migrantes lidam com os lugares, ou como eles negociam seu envolvimento no local de destino. Esta negociação envolve diretamente a constituição do lugar, visto que o ser é sempre um ser-aí, isto é, um ser situado. Torna-se necessário, contudo, refletir sobre que significa migrar e de ser migrante, no âmbito da experiência em sua dimensão espacial e existencial frente à transitoriedade e fluidez contemporâneas. Buscamos realizar esta reflexão a partir da necessidade do ser em manter sua unidade na identidade, entendendo a identidade não de forma abstrata, mas como a união de uma unidade. O migrante consigo mesmo ser ele mesmo o mesmo.
Palavras chaves: Migração, Ontologia, Geografia humana, Geografia da população