Resiliência encarnada do lugar: vivência do desmonte na Linha (Brasil) e em Mourenx (França)
Fernanda Cristina de Paula
Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociências
Orientador: Eduardo José Marandola Jr.
Esta tese busca compreender a resiliência do lugar (entendida como sua capacidade de lidar com um choque ou uma perturbação), abordando-a a partir de dois lugares: o bairro Linha, localizado no município de Campinas-SP, Brasil; e a cidade de Mourenx, localizada no sudoeste da França. Ambos os lugares vivem o que aqui chamamos de desmonte: um lento processo de soçobramento do lugar. Esta busca tem um interesse específico, o de apreender a resiliência do lugar a partir das suas vivências e experiências. Para tanto, dois caminhos do pensar se destacam na tese. Um desses caminhos é referente à maneira a partir da qual pensar a resiliência: sendo a resiliência sempre resiliência em relação a um evento que engendra mudança, nós trazemos o pensamento do fenomenólogo Claude Romano, um expoente na discussão sobre evento e sobre o papel ontológico deste. O outro caminho do pensar é em relação à própria vivência e experiência dos lugares, atentando ao papel do corpo como pivô da relação entre mundo, lugar e consciência. Para tanto toda reflexão é fundada no pensamento do fenomenólogo Maurice Merleau-Ponty; a partir do qual pensamos a noção de corpo-lugar. Assim, as vivências dos dois lugares são refletidas conjuntamente a estes dois caminhos do pensar, buscando divisar aí suas resiliências encarnadas
Palavras chaves: Merleau-Ponty, Maurice, Corpo-lugar, Fenomenologia, Bacia de Lacq (França)