MARANDOLA JR., Eduardo. Vulnerabilité, adaptation et résilience: une approache expérientielle. In: Vincent Berdoulay; Olivier Soubeyran. (Org.). Aménager pour s'adapter au changement climatique: un rapport à la nature à reconstruire?. 1ed.Pau: Presses de l'Université de Pau et des Pays de l'Adour, 2015, v. , p. 95-107.
Diante das mudanças climáticas, cujos efeitos parecem se concretizar por meio de eventos extremos, o princípio hoje é de adaptação, ao lado de políticas de mitigação que visam reduzir o papel humano nas mudanças climáticas. Isso porque essas políticas dizem respeito ao longo prazo e não serão suficientes para reduzir o aquecimento global. Se o tempo parece ser, assim, de adaptação às alterações climáticas, não sabemos bem como proceder no planeamento, questão crucial porque é sobretudo ao nível territorial que reside o desafio da adaptação.
É por isso que este livro examina primeiro a questão cognitiva da adaptação, analisando-a através do prisma do passado: é tão novo assim? Quais são seus antecedentes, esquecidos, reprimidos ou ainda audíveis? Quão dependente é a adaptação no desenho da ideia de natureza? As percepções fornecidas pelas diversas contribuições a este trabalho mostram que a relação com a natureza deve ser repensada para que a adaptação tenha sua efetividade no planejamento. A segunda parte enfoca a diversidade de respostas que estão sendo tentadas atualmente, relatando experiências no campo. Os que foram escolhidos mostram como, por meio de remendos mais do que soluções sistemáticas (como poderia ser de outra forma?), identificar problemas a se ultrapassar e inventar alguns dos componentes da ação de planeamento em termos de adaptação. Ainda não se sabe se a adaptação trará ao desenvolvimento a esperada eficiência e renovação, mas vislumbramos emergir, para além das dificuldades epistemológicas, o desafio das questões éticas.