2014-17 / CNPq
Tem por objetivo identificar padrões de distribuição e de características da população residente nas unidades de conservação federais na Amazônia Legal Brasileira (UC), entre 1991 e 2010. Busca-se verificar, ao longo do tempo, como as restrições ao uso da terra nas UC influenciam a permanência de residentes - sobretudo jovens, mulheres e idosos - e acabam por definir padrões de ocupação distintos dos existentes fora das unidades. Em um Sistema de Informações Geográficas (SIG), uma grade regular com dimensões de células otimizadas será utilizada para dispor os dados dos Censos Demográficos de 1991, 2000 e 2010 espacialmente. O tamanho da célula será definido em conformidade com a distribuição dos domicílios recenseados em 2010, de tal modo a minimizar a área de cada unidade espacial (célula) e minimizar o número de células sem informação tendo em vista as regras de sigilo do IBGE. Será adotado método híbrido para atribuir os dados do Censo para as células correspondentes. A abordagem de agregação baseada na localização dos domicílios visitados pelo IBGE no Censo 2010 será utilizada em boa parte dos setores censitários rurais. Nos casos em que os dados não forem adequados para a aplicação da técnica de agregação serão utilizados técnicas de desagregação como ponderação areal e métodos dasimétricos com o suporte de outras informações como referência para o cálculo da distribuição da população.
A grade definida para 2010 será aplicada aos dados dos Censos Demográficos de 1991 e de 2000. Como a agregação não é possível de ser aplicada aos dados de 1991 e de 2000, as técnicas de desagregação serão utilizadas para o cálculo da distribuição da população nos dois Censos. Ao SIG serão incluídas camadas com informações sobre as UC, limites geopolíticos e infraestruturas (por exemplo, rodovias). Análises espaciais, técnicas de autocorrelação espacial e índices de dissimilaridade, serão aplicadas para identificar padrões que caracterizem a ocupação das UC. A utilização de uma grade regular com células com dimensões inferiores aos dos setores rurais da Amazônia e, consequentemente, mais aderentes aos limites das UC será uma contribuição para os estudos de população em áreas protegidas, dada a escassez de estudos sobre a população em unidades de conservação a partir de censos. Isso permitirá também testar a aplicação da metodologia em unidades territoriais que não seguem os limites políticos administrativos, nem os limites das unidades territoriais de coleta (setores censitários), tornando possível não apenas dimensionar a população residente em tais unidades como também identificar suas características, padrões de distribuição e as suas possíveis relações com vetores de ocupação, comparativamente ao que se observa fora delas.